Em nome do pai, do Filho e da presidência: agora são todos de Deus?

Nada desagrada mais ao coração de Deus do que a hipocresia de um povo. Na bíblia por diversos momentos Deus destruia uma nação por não serem puros de coração e por cometerem atrocidades.Mas nada era tão obscuro que a falcidade contra aquele que tudo vê.

Num país onde ser religioso é importante, nada mais justo que atacar de cristão. Entre Católicos e Evangélicos soma-se cerca de 80% a 90% da população. Estes números dão a entender o porque os candidatos entenderam que esta é a hora de colocar em prática a boa e velha vivência cristã, nem que seja aquela herdada da avò.

E parece que desta vez os cristãos resolveram se movimentar. "Nunca na história deste país", como já dizia o inventor do "Lulismo", as igrejas e a Igreja foi tão importante em uma eleição. O movimento provocado por lideranças e o próprio "povo de Deus", trouxe para o centro do segundo turno a discussão de um tema que é visto, de fato, como algo que afeta a moral cristã e a condição de valor à vida.

O aborto se tornou mais importante e relevante que o tema corrupção que (como bem lembramos) pautava as últimas eleições presidenciais de 2006, quando então viviamos o surto do mensalão e do Dólar na cueca.

No 1° turno destas eleições Dilma Ronsseff escreveu uma carta ao povo de Deus, mas parece que não adiantou muito. A petista reconheceu em uma reunião com assessores e chefes de campanha que demorou a perceber a chuvarada de e-mails e boatos que estavam correndo a seu respeito na internet. De Dilma satanista á Dilma abortista, tinha de tudo; e nunca na história deste país a internet fora tão importante numa eleição.

Uma reunião entre lideranças evangelicas e Católicas, também, tentou estancar a quantidade de votos que Dilma vinha perdendo no 1° turno. E parece que foi este motivo, aliado a ascenção de Marina Silva que garantiu o segundo turno, para a Glória de José Serra.

Este, agora banca de Cristão dos mais convíctos. Jurou defender a vida e não perder uma missa. Na TV Serra promete defender os valores cristãos. "Quero ser um presidente com postura, que defenda os valores da família brasileira, os valores cristãos, o respeito à vida e ao meio ambiente", disse o Tucano, enquanto sua locução era coberta por imagens dele na Igreja.

As imagens mais fortes e ofensivas de Serra são de dezenas de mulheres grávidas expondo os barrigões, enquanto o locutor do programa diz que "Serra sempre foi contra o aborto".

Enquanto isso no lado do "boi vermelho, do garantido, ou melhor dos Petistas" a estratégia é a união de forças com evangélicos e Católicos. Pressionada por lideranças religiosas Dilma aceitou assinar um texto contra o aborto e o casamento gay.

No dia 13 de outubro reunida com lideres de Igrejas evangélicas Dilma divulgou o teor da carta. Segundo a assessoria da candidata, ela se propos a não enviar ao congresso nenhum projeto de lei para a legalização do aborto, além de não propor leis que permitam a união de pessoas do mesmo sexo. "Tanto a legalização da lei do aborto como todas as outras. Ficamos de discutir os termos de uma carta compromisso", disse Dilma, que em seu programa de reestreia na TV, também, menciona por diversos momentos o nome de Deus.


Entretanto em outro momento Dilma refaz seu discurso, e para garantir a ideia do estado laico a petista retoma o ponto de vista dos direitos. "Dentro das igrejas o probléma é das igrejas. Eu não posso dar direito a uns tirando o direito de outros", enfatiza.

Por outro lado a coerência de alguns lideres religiosos tem assustado o PT, como é o caso do Padre José Augusto da Comunidade Católica Canção Nova, que durante uma pregação defendeu a bandeira contra Dilma e o que ele chama de "plano comunista do PT". Assista:

Como diria Zeca Pagodinho "Tá ruim, mas tá bom, eu tenho fé". É bem verdade que nossos candidatos andam fazendo uma "fesinha" para garantirem estas eleições. E nesta história não sabemos quem é quem, e muito menos quem tem fé ou quem não a tem.

O importante não é destacar a crença ou  julgar aquele que crê mais. Só dá para ter certeza de uma coisa: É infringindo o terceiro mandamento, falando o nome de Deus exaustivamente "em vão" que Dilma e Serra pretendem sentar-se em primeiro de janeiro na cadeira do nosso Moisés, que nos abriu o mar vermelho do PT, Lula-lá.