Mas afinal, por que é lucrativo produzir mini-séries bíblicas?
Adriana Lessa, umas das protagonistas de "O desafio de Elias"
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No Brasil, a Rede Record é a primeira a produzir mini-séries de alta qualidade inteiramente baseada em passagens e livros da bíblia. A primeira foi ao ar em 1997: "O desafio de Elias", que sofreu bastantes críticas pela baixa qualidade de produção e de roteiro. Contudo, a mini-série foi reprisada várias vezes nas madrugadas evangélicas da Record e no mês de abril de 1999 foi ao ar às 20 horas na emissora dos bispos.
Naquela época a Record não tinha um terço da audiência, anunciantes e qualidade que tem hoje. Em dezembro de 1998 a rede exibiu a primeira versão de "A história de Ester", também sem muito sucesso. Após consolidar suas telenovelas a emissora conseguiu emplacar no ano passado a sua primeira mini-série, que inaugurou a nova fase da Record, "A história de Ester" foi remontada e teve um tratamento primoroso de imagens, textos e figurinos.
Foi investido cerca de R$ 5 milhões na trama que rendeu a Record uma boa média na audiência, (16 pontos). As vezes a série chegava a picos de 19 pontos no Rio de Janeiro (chegando a ficar em 1º lugar isolado por três minutos). Para quem não entende nada de guerra de audiência isso significa muito para a faixa das 23h, onde a Globo costuma colocar suas principais séries. Cada ponto de audiência equivale a 60 mil domicílios da cidade de São Paulo.
Significa dizer que a Record vem faturando com as séries bíblicas. E vem mais por aí. Segundo Hiran Silveira, diretor de teledramaturgia da Record, os próximos lançamentos serão: ‘A História do Rei Davi’ e ‘José do Egito’?, ainda sem data prevista para estréia na Record.
Séries bíblicas são tão lucrativas para a Record que a emissora divulgou através do site Record entretenimento que lançará neste ano um Box com direito a blu-ray de "A história de Ester". A edição em blu-ray possui 30 minutos de extras com making of e entrevistas com os atores e será vendido por R$ 49,90. Já a caixa do DVD possui três volumes e tem preço sugerido de R$ 69,90.
E voltando a mini-série Sansão e Dalila, a Record tem investido pesado em publicidade para ganhar ainda mais telespectadores. Além do anuncio em praticamente todos os programas da emissora (do Programa do Gugu ao Jornal da Record), a Record colocou anúncios em vários jornais e revistas de grande circulação nacional, como nos jornais O Dia e Estadão e na revista Veja.
Anúncio de página inteira em Jornal
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A demanda é grande. Com a Rede Globo cada dia tendendo para produções espíritas, fica a carência de obras voltadas estritamente para cristãos que prezam por produções regidas por inspirações bíblicas. A Rede Globo, maior emissora do país, nunca produziu algo totalmente voltado para o público evangélico, por exemplo, que costuma ser bem mais criterioso e seletivo no que assiste.
Certa vez ouví o seguinte: "crente não assiste qualquer coisa", e é bem verdade, há alguns que nem TV assistem, e até mesmo entre os católicos há os que prezam por viverem mais ao pé da letra. Para esse público mini-séries bíblicas. Por exemplo: no Rio de Janeiro "A história de Ester" foi melhor quem em São Paulo, principalmente na região do grande Rio, que concentra grande número de evangélicos. Nessa região a série teve picos de até 19 pontos, como aconteceu no último episódio. É muita gente, por isso é muito lucrativo. E sabemos: quanto mais audiência, mais publicidade, e quanto mais publicidade mais dinheiro, simples assim.
Religiões no Brasil (Censo de 2000)[1]
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Religião
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Porcentagem
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73,8%
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15,4%
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7,4%
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1,3%
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Outros
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2,1
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Quando perguntado pelo jornal O Dia sobre a possibilidade de ter alguma interferência da Igreja Universal na produção, Hiran disse que a bíblia é uma só. " A gente está aqui o dia inteiro trabalhando para pensar, criar e, quando essas ideias nascem elas não têm um só dono. Mas a Bíblia é a principal referência de grandes histórias. Todas as Bíblias são iguais, têm só traduções diferentes. Não houve nenhuma interferência nem obrigação", disse ao O Dia.
Para calar os boatos de que a Rede Record não pertence mais aos bispos da Igreja Univervesal, estréia hoje (04), mais uma superprodução muito cara da emissora de Edir Macedo. A partir das 23h15 a Record exibirá o 1º capítulo da minissérie bíblica Sansão e Dalila.
A história narra, do nascimento à morte, a saga de Sansão (Fernando Pavão), o herói hebreu que derrota, sozinho, exércitos armados, mas não resiste à força de uma filisteia que encanta seus olhos com beleza e sensualidade: Dalila (Mel Lisboa). A nova superprodução custará a Record cerca de R$ 800 mil por capítulo, o dobro do que custa uma novela da emissora (400 mil por capítulo).
Hiran Silveira, diretor de teledramaturgia da Record, explicou no R7 que a equipe da minissérie foi a Los Angeles, onde se reúne o alto escalão do cinema hollywoodiano para buscar ideias e incrementar os efeitos especiais da história.
"Estivemos em contato com profissionais de cinema e seriados americanos, como "Heroes". Nossos efeitos em Sansão e Dalila não vão deixar nada a desejar a nenhum filme. Investimos muito para oferecer ao público uma qualidade superior", explicou Silveira, que com os outros diretores capricharam, também, no figurino.
Quem assistiu a "História de Estér" sabe bem que a Record não poupa realidade para contar as histórias bíblicas. Com "Sansão e Dalila" não será diferente, principalmente por ter Mel Lisboa atuando no papel de Dalila. A atríz de "Presença de Anita" sabe, como ninguém, fazer cenas de sensualidade. Esta é a 1º trama totalmente rodada em HD da emissora e terá 16 capítulos.
Veja chamada de Sansão e Dalila na TV
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